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3 Boas Práticas para Garantir um Processo Seletivo Inclusivo para Comunidade LGBT+

Quando você compara o processo de seleção da sua empresa com o atual quadro de funcionários, quão colorido você o classificaria?

Provável que cheguemos na mesma resposta:

O website, o formulário de seleção, a descrição das vagas tem escrito “nossa empresa não discrimina candidatos com base em gênero, orientação sexual, raça, etc.”, ou até algo bonitinho como “nossa organização acredita em um ambiente diverso e livre de discriminação”.

Mas na hora de olhar para dentro, a maioria dos funcionários ainda compõe o grupo do homem branco, cis e hétero.

Veja bem, isso não é uma desconfiança sobre as intenções da empresa, mas sim se essas intenções realmente se traduzem em ações efetivas e pessoas diversas.

Para pintar esse quadro com todo o arco-íris que é a diversidade – e evitar o diversitywashing – confira algumas dicas práticas de como melhorar o seu processo de recrutamento e garantir mais equidade para candidates LGBT+.

O primeiro passo é entender o que é diversidade e o que significa ter uma cultura de inclusão no ambiente corporativo.

A partir daí fica mais fácil entender e aplicar as boas práticas deste texto no seu setor de Recursos Humanos.

1. Instruir Recrutadoras e Recrutadores para que Utilizem Linguagem Inclusiva


Se o processo seletivo está evoluindo para ser mais inclusivo e abraçar pessoas diversas, é preciso adaptar um dos nossos principais meios de expressão: a linguagem.

A comunidade LGBT+ é composta por muitos espectros e aspectos de orientação afetiva-sexual, identificação, sexo e corpo e expressão de gênero, extrapolando as definições que a maioria de nós aprendeu enquanto crescia.

Conhecer o dicionário LGBT+ e a linguagem neura de gênero ajuda a não cometer gafes tanto na hora de anunciar uma vaga quanto para realizar entrevistas, de uma forma inclusiva e respeitosa.

2. Foco em Selecionar “as Pessoas Certas para os Lugares Certos”


 Enquanto processos de seleção tradicionais se concentram apenas em mapear habilidades e experiências de candidates para uma vaga, em um recrutamento inclusivo, a diversidade LGBT+ é um critério chave na hora de definir a pessoa ideal.

  • “Ah! Então, agora todo mundo tem que virar gay para poder ter emprego?!”

A resposta é um grande NÃO!!

Uma orientação afetiva-sexual, identidade ou expressão de gênero especifica não é motivo para a exclusão de alguém. Mas o processo seletivo considera a personalidade, os valores e as referências culturais de cada pessoa interessada para avaliar como sua gama de talentos e competências que se alinham às necessidades daquela vaga e a uma cultura corporativa diversa.

Também é importante verificar se as vagas estão realmente chegando até os diferentes grupos que compõe a diversidade LGBT+, e entender como os processos de contratação estão impondo barreiras ou atuando como aliados, tanto em procedimentos internos quanto para os que são feitos por consultorias de recrutamento e ONGs que não são focadas nesse público específico.

Um exemplo de contratação que visa garantir equidade, são os processos seletivos à cega.

Algumas organizações analisam até a utilização de Inteligência Artificial na hora de selecionar currículos para eliminação de preconceitos inconscientes.

3. Estar Sempre de Olho em Possíveis Casos de Discriminações


A adaptação do processo seletivo para que ele seja coerente a uma cultura de inclusão pode ser cheia de desafios.

Desde aprender uma nova forma de se comunicar, como já citado acima, até a ação pró-ativa de avaliar constantemente as próprias práticas para identificar e conscientizar recrutadores e recrutadoras sobre possíveis formas de discriminação consciente e inconsciente.

Alguns exemplos do que pode acontecer em um processo não inclusivo:

  • Candidates que não corresponderem a um “gênero apropriado” e são desclassificades sem motivo;
  • Exclusão de participantes em entrevistas por telefone devido ao seu tom de voz não corresponder a expectativa de gênero do recrutador ou recrutadora;
  • Maioria de colaboradores e colaboradoras LGBT+ estarem em subempregos.

Essas ocorrências podem indicar um processo de contratação típico e com práticas falhas, que fecha portas para quem se aplica e impõe um padrão de quem comporá o quadro de funcionários.

Garantir o treinamento das pessoas do setor de Recursos Humanos, gestores e líderes é o que permitirá que esses e outros tipos de discriminação sejam eliminados e que a empresa selecione o ou a melhor candidate para o trabalho, quais sejam suas diversidades.

Esses treinamentos podem ser realizados internamente e é sempre válido considerá-los — caso queria informações sobre os tipos de treinamentos que Camaleao.co oferece, entre em contato conosco por aqui.

  • Construir uma cultura diversa e de inclusão é um processo que está sempre em evolução, não existe prazo para delimitar quando a jornada acaba.  

É importante que a organização e as pessoas que a compõe tenham em mente que devem continuar aprendendo.

A comunidade LGBT+, foco desse texto, possui em si mesmos diferentes grupos com diferentes necessidades, e essas demandas são reflexos dos erros e acertos de uma cultura e sociedade em constante mutação.

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